quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ANOTAÇÕES ANTIGAS

               
Relendo antigas anotações escritas no final de 1980, resolvemos aqui transcrevê-las.
Solo é composto principalmente de argila e de areia. A estrutura varia de acordo com a quantidade de cada uma. Num solo argiloso predomina a argila e no arenoso a areia. Na nossa horta a textura predominante é a areno argilosa, ideal para o cultivo da maioria das ervas aromáticas. Num recente exame que fizemos do solo, encontramos 75% de areia, 20% de argila e 5% de matéria orgânica, que se explica pelos anos de utilização de humos de minhoca e esterco de galinha.
Para compreender uma análise de solo daríamos a seguinte interpretação:
PH abaixo de  :   5,0            Acidez elevada
                             5,0 a  5,9  Acidez média
                             6,0 a 6,9   Acidez fraca
                             7,0             Neutro
                             7,1 a 7,8     Alcalinidade  fraca
                              Acima de 7,8    Alcalinidade elevada
Cálcio  (CA)     0,0  a  1,5   Baixo
                            1,6 a  4,0    Médio
                             Acima de  4,0  Alto
Magnésio (MG)   0,0 a 0,5  Baixo
                              0,6 á 1,0  Médio
                             Acima de 1,0 Alto

Alumínio (AL)     0,0 a 0,3   Baixo
                              0,4 a 1,0 Médio
                              Acima de 1,0 Alto
Potássio (PPM)   0  a  45  Baixo
                              46 a 80  Alto
Fósforo(P)          0 a  10 Baixo
                            11 a 20 Médio
                            Acima de 20 Alto

Para os solos argilosos calcule 50% a menos dos números acima e para os solos arenosos 50% a mais.
Exemplificando:
O índice médio do teor de fósforo de um solo argiloso seria 5,5 a 10  e do arenoso de 16,5 a 30 .
Matéria orgânica (MO)
          0,0 a 1,5 Baixo
         1,6 a 3,0 Médio
         Acima de 3,00 Alto
NPK – Macro nutrientes
Nitrogênio , Fósforo e Potássio
Nitrogênio – Dá viço as plantas com ênfase nas folhas. Quando utilizado em excesso é prejudicial, pois erva muito viçosa pode perder o aroma.
Uma boa adubação orgânica, de preferência com húmus de minhoca, pode dispensar o uso do nitrogênio nas ervas.
Nós usamos o Sulfato de amônia em algumas ervas depois de cada poda, mas em ínfimas quantidades.
Fósforo – A maior parte do fósforo aplicado não fica disponível para a planta, principalmente se o PH do solo for inferior a 6,0. Matéria Orgânica ajuda na absorção do fósforo pelas plantas. O fósforo faz crescer as raízes e ajuda a fotossíntese .
Potássio- É o nutriente que dá qualidade as ervas e é o que evita o maior número de doenças em todas as partes das plantas. Seja na raiz, no caule, na folha, nas sementes e nos frutos.
Cinza contém uma quantidade  apreciável de potássio.
NPK-  É uma formula expressa em porcentagem. Assim 04.14.08 , tem 4% de nitrogênio, 14% de fósforo e 8% de potássio.  Os outros 74% , são formados por outros elementos sem os quais não seria possível preparar a formula, porque o nitrogênio  puro é um gás, o fósforo quando exposto ao ar queima-se, o mesmo acontece  com o potássio puro, quando entra em contato com a água. Assim, é indispensável a presença  de outros elementos como o cálcio, cloro e oxigênio.
A fórmula  do sulfato de amônia é 21-0-0, de superfosfato simples 0-18—0 e do cloreto de potássio 0-0-62.


INFORMAÇÕES QUE AJUDAM
a)    Sulfato de amônia e superfosfato  não devem ser misturados com calcário.
b)    Adubos nitrogenados perdem eficiência com excesso de chuva ou de irrigação.
c)     Adubar terreno ácido é desperdício.
d)    Solo com alcalinidade alta (acima de 7,8) é tão prejudicial às plantas quanto a acidez alta.
e)    Um solo com PH 4 é 10 vezes mais ácido do que outro com PH 5  e 100 vezes mais de que outro com PH 6.
f)       A análise do solo é que vai indicar a quantidade de calcário necessária.
g)     A finalidade maior da calagem é para permitir a melhor absorção dos nutrientes pelo solo e para neutralizar o alumínio tóxico.
h)    O efeito do calcário no solo perdura por 3 anos.
i)      Dois tipos de calcário são utilizados na agricultura : o calcítico e o dolomítico. Nos calcíticos predomina o cálcio e nos dolomíticos além do cálcio, existe também magnésio. Por isso prefira sempre o dolomítico.
j)       O calcário deve ser aplicado a lanço  pelo  o menos 60 dias antes da plantação que é o tempo necessário para que possa fazer efeito.
k)     Atenção também para a granulometria.  O calcário quanto mais fino for moído, mais rápido será o seu efeito no solo.
l)      Calcário aplicado só na superfície corrige a acidez superficialmente. Assim  é recomendado que metade da aplicação seja feita antes da aração e outra metade antes de se passar a grade, de modo a enterrar o calcário até a profundidade que devem alcançar as raízes da planta.
m)  Os adubos nitrogenados  como o sulfato de amônia, acidificam o solo e se forem aplicados em excesso podem ser tóxicos para as ervas, principalmente as recém plantadas.
n)    As ervas absorvem o fósforo rapidamente, por isso é melhor aplicá-lo antes do plantio ou em sulcos, ao lado das ervas, logo que germinarem.
o)    A  fórmula do sulfato de amônia  é  21-0-0;  do superfosfato simples 0-18-0 e do cloreto de potássio 0-0-62.
p)    Além do Cálcio (CA) e do magnésio (MG) encontrados no calcário domítico, saiba que o enxofre (S) é encontrado no gesso agrícola.
q)    Micronutrientes conhecidos como essenciais: cobre (Cu) e Boro (B). Se calcário tiver sido colocado em excesso no solo, é possível que venha encontrar deficiência desses nutrientes. Se isso acontecer use sulfato de cobre e bórax.
r)     No louro, quando a gema apical morre pode ser falta de Boro. Use bórax na época das chuvas pois o efeito é maior.

s)     Molibidênio (Mo), Zinco (Zn) , Manganês (Mn), Cloro (Cl) e Ferro (Fe) são também importantes, mas uma boa adubação orgânica supre a necessidade das ervas, desses micronutrientes.
t)     Faça a semeadura sempre em linha, caso contrário ficará difícil ou até impossível distinguir o que é erva e o que é mato, na hora de capinar.
u)    As mulheres fazem melhor a carpa (capina) pois além de terem a mão mais leve, são mais pacientes do que os homens para esse tipo de trabalho.